Até 70% das pessoas podem experimentar uma dor cervical durante sua vida e 20% das pessoas estão sentindo nesse exato momento. Dessas pessoas, 5% tem uma dor incapacitante as impedindo de realizar normalmente as atividades de vida diária e 26% podem ter um novo episódio dentro de um período de 1 ano. É nesse cenário que eu achei pertinente falar um pouco sobre a dor cervical e como a Fisioterapia pode atuar nesses casos.
Localizada no pescoço, a cervicalgia é mais frequente em mulheres, pessoas com maior carga de trabalho e com pico de ocorrência entre 40 e 60 anos de idade. É justamente nessa idade em que há alterações fisiológicas e sociais muito importantes e isso pode interferir no corpo do indivíduo. Além disso, estudos comprovam que 55% das pessoas com ansiedade e depressão tem dor cervical e no ombro e 40% das dores no ombro são de origem cervical.
Então percebemos a relação direta entre as dores do pescoço e do ombro. Assim como também pode existir relação entre a dor de cabeça e a dor cervical. Nosso corpo é uma unidade e todos os tecidos se conectam. É papel do fisioterapeuta entender as relações do corpo humano e identificar quais estruturas devem ser abordadas durante o tratamento.
Dependendo do tempo que o indivíduo está sentindo a dor, ela pode ser classificada como aguda, subaguda ou crônica (quando ultrapassa 3 meses). A cronificação da dor cervical é mais comum do que na dor lombar e por esse motivo é muito importante procurar tratamento o mais rápido possível. Quanto mais tempo demora para começar o tratamento, maiores são as compensações e mais intensa será a intervenção.
O que causa a minha dor?
Caso tenha feito um exame de imagem, como a ressonância magnética, é possível que sejam observados sinais de artrose, osteófitos, protusões ou hérnias discais. Saiba que entre 60% a 80% das pessoas possuem sinais como esses e não sentem dor. Isso significa que a alteração estrutural em sua coluna não é determinante para você sentir dor e provavelmente existem outros fatores influenciando no seu sintoma.
Minha dor começa no pescoço, mas chega até o braço. O que está acontecendo?
É provável que você tenha Cervicobraquialgia e isso ocorre quando algum nervo do plexo braquial é pressionado. Então não é interessante fazer técnicas apenas em seu braço, pois o pescoço é uma região que precisa de bastante atenção.
Tenho hérnia de disco, preciso operar?
Quando há uma hérnia extrusa, ou seja, quando o líquido sai de dentro do disco favorece a compressão dos nervos daquela região. Isso pode causar dor mais intensa e à distância até as mãos. Porém, 40% dos pacientes com hérnia extrusa conseguem reabsorver a substância de forma espontânea. Os casos verdadeiramente cirúrgicos são extremamente raros.
Como a Fisioterapia pode ajudar?
O tratamento fisioterapêutico é capaz de avaliar e tratar as disfunções relacionados ao seu sintoma. Após realizar testes especiais e verificar a integridade neurológica, vascular e ligamentar, o terapeuta monta um plano de tratamento individualizado. Alguns dos recursos que podem ser utilizados são:
– Terapia Manual (Osteopatia ou Quiropraxia, por exemplo)
– Eletrotermofototerapia
– Acupuntura
– Exercícios
Como evitar que eu tenha dor cervical novamente?
O exercício físico é muito eficaz, reduzindo 53% das recidivas, pois é um modulador de estresse e prepara seu corpo para as atividades do dia a dia. Além disso, é importante seguir as orientações do seu terapeuta e recomendo realizar sessão de Terapia Manual como manutenção para evitar a recidiva da dor cervical ou o aparecimento de outras queixas.
Tem dor no pescoço ou conhece alguém que tenha? Agenda uma avaliação na SEVEN Terapias Integradas. Podemos esclarecer suas dúvidas e avaliar qual seria o tratamento mais adequado.
Texto escrito por:
Judite Correia de Almeida